sábado, 29 de maio de 2010

ALBERTO SERRANO, SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ...


Alberto Barboza Serrano nasceu em Bom Jardim, no dia 16 de setembro de 1943, filho de Uziel Emerich Serrano e Laura Barboza Serrano. Foi menino ativo, bem peralta, mas de bons princípios, criado sob o manto religioso da mãe católica e rigoroso pai moldado na religião batista.
Estudou inicialmente no antigo Grupo Escolar. Ramiro Braga, guardando boas lembranças das professoras Maria Acyr dos Santos Erthal e Isaura Alonso Lopes. Começou a trabalhar no comércio desde cedo, colaborando com o pai, proprietário de importante “venda” no centro da cidade, atividade que exerceu até os sessenta e dois anos de idade quando, finalmente, veio a aposentar-se.
Completou o Curso Ginasial em 1960 no antigo Ginásio Bom Jardim, do conhecido professor Wilson Braz Teixeira. Formou-se em professor em 1966 na antiga CNEG, que funcionou anexa a E. E. Ramiro Braga. Participou de três Concursos públicos: em 1967, em 1969 1 em 1984, tendo sido aprovado nos três. Tomou posse no Quadro Permanente do Estado acumulando as funções de Professor e Orientador Pedagógico de Ensino Supletivo. Com a aposentadoria do pai, em 1976, solicitou exoneração dos dois cargos que exercia na Secretaria de Educação para dedicar-se de corpo e alma ao comércio, sua grande vocação. Foi sócio, paralelamente, durante quase três anos, de uma firma atacadista em Nova Friburgo. Casou-se em 19 de novembro de 1969 com a também professora Marlene Erthal Serrano e é pai extremoso de uma única filha, Bárbara Erthal Serrano. Construiu, em 1993, um prédio comercial no centro da cidade e atualmente distrai-se como síndico, executando pequenas tarefas diárias ou eventuais, como pintor, eletricista, bombeiro hidráulico, etc.
Em meio a tanta luta e atribuição sempre carregou uma pequena caderneta e caneta no bolso, aonde ia anotando raros momentos de inspiração para compor poemas citando pessoas e eventos ocorridos em sua amada terra. Não dispondo de recursos disponíveis para ir às gráficas e sem patrocínio, ainda assim escreveu, artesanalmente, cerca de trinta livros, até 2009. São eles:

TROVAS E MINITROVAS
CERCA DE BAMBU
OBSERVANDO A CALÇADA – 3 VOLUMES
IMAGENS INESQUECÍVEIS – 4 VOLUMES
ECOS DO DESENLACE
CLICO
PEQUENAS FALAS
COISA DE LOUCO
ASSOMBROS DE UM JECA
INSIGNIFICÂNCIAS
PEGADAS INFANTIS
INTEMPÉRIES
MEU AMIGO MADALENENSE
O CONCRETO E O ABSTRATO
HAICAIS BRASILEIROS
CIRCO DE BANALIDADES
NOVAS MANEIRAS DE DIZER COISAS ANTIGAS
DEBOCHES
FALTA DE ASSUNTO
MENTIRAS ALHEIAS
REGRAS, PRA QUÊ TE QUERO
MISCÊLANEA BOM JARDINENSE


ALBERTO SERRANO UM MARCO DA CULTURA DE BOM JARDIM
Talvez o município de Bom Jardim seja pequeno para o tamanho da cultura de Alberto Serrano, um observador que consegue enxergar as vozes das calçadas, o som das bandas e canções, o choro das crianças e poesia da alma.
Foi com seu feeling que conseguiu decifrar o perfil de Bom Jardim, narrar de forma própria e pertinaz a história de uma cidade e seu povo ordeiro e trabalhador, que cresceu na vertente da serra, cresceu com seus filhos ilustres, poetas, compositores, poetas e reitor de faculdade. Ele conseguiu ser de tudo isso um pouco, e ainda escreve de forma inigualável a lenda urbana, o dia a dia, os cochichos (sem ser vulgar) nos bares, na banca de jornal aos domingos e na política e da sociedade.
Ser uma personagem de um de seus livros é motivo de honra para qualquer bom-jardinense. Por sua paixão por Bom Jardim, para cada um das dezenas de livros escrito tem uma fotografia de sua terra.
Esta trincheira, este homem simples que escreve por amor é o que me faz acreditar que o nosso país tem jeito, que nossa cultura ainda resiste e que o surgimento da informática em nada substituirá a boa leitura.
Parabéns, Alberto Serrano, continue sempre iluminado e iluminando sempre com a suas traçadas linhas as ruas, calçadas, bancos de praça e a história de Bom Jardim.
Tenha certeza que o conhecimento é a maior riqueza que o ser humano pode ter na vida, todas as outras formas de riqueza são perecíveis, acabam. Sendo que um livro, mesmo quando queimado, rasgado deixa sua idéia, fica uma história.